Friday, December 23, 2005

Fechando o ano de olhos abertos.

Ouço gritos, bem distantes e sofridos, eu sinto. Eles se repetem três vezes e silenciam, outros gritos começam, mas esses são de ajuda, os gritos de ajuda sempre ecoam longe nem sempre sendo ouvidos.
O violino de Paganini soa loucamente na sala do vizinho, tão intenso, estridente, parece que corta desde lá dentro e atravessa-me como agulha deixando meus olhos furados... FOI! Tão rápido, foi... E também as turbinas do avião se preparando para alçar vôo, aquele barulho sinistro e tão prazeroso, imaginando essa máquina enorme caindo sobre minha cabeça, as turbinas sugando o que sou, sugando meu âmago e... FOI! Tão rápido, foi...
Desejos,
angústias,
coragem da menina resignada.
Falaram-me em atitude,
e deram-me beijos.
Falaram-me em futuro,
não acreditei.
Me iludi o quanto pude
sempre me protegendo para não doer.
Falei sobre amor
e fiquei longe dele.
...
São 365 dias
e quando você vê...
FOI!
Tão rápido, foi.




Dia 23/11/05, às 00:39

Só ano que vêm, depois de já estar respirando o oxigênio da atmosfera há 16 anos rápidos, longos, feios e imensamente lindos. Wonderful life.

Parem e pensem no que foi 2005 pra vocês, vale a pena, sempre vale, mesmo sendo difícil.

Tuesday, December 20, 2005

Admirável Mundo Novo

Vou falar desse livro ótimo hoje, Admirável Mundo Novo, do Aldous Huxley. Considero-o leitura obrigatória, não só porque é um clássico, mas sua história é incrível, expande o pensamento em vários âmbitos, pois ele sugere uma sociedade totalmente nova, mas que não foge a nossa idealização atual.
Bebês feitos em tubos de ensaio; "soma" para tomar e anular momentos de tristeza e sentimentos agonizantes que atrapalhem no desempenho desse humano na sociedade, castas condicionadas pra estarem sempre satisfeitas com a posição que ocupam; livros de literatura todos abolidos, a única leitura existente é aquela técnica para a sua aprendizagem na atividade que exerce.
E então você lê uma ficção como essa e fica pensando nesse sistema capitalista, onde as classes A e B desejam o conformismo das classes baixas. Onde a tv e outros meios de comunicação manipulam o nosso pensamento de uma forma similar ao que acontece com os bebês condicionados do livro, que ficam ouvindo gravações durante seu sono que lhe ensinam em como pensar e já formulando opiniões sobre a vida e sociedade que correspondem à determinada casta a qual o bebê pertence.
É um livro interessantíssimo, ver a forma como o sexo e o desenvolvimento da atividade sexual é incentivado já as crianças, como a gravidez é vista. Ver um personagem que se tornou um beta subversivo só porque colocaram álcool demais em seu sangue abalar a estabilidade dessa sociedade perfeita(?) trazendo um selvagem(que nasceu de dentro de uma mulher inclusive!) para a população assistir como um macaco enjaulado.
Bom, eu vou me conter em escrever pouco, mas esse livro eu aconselho de verdade! Chega até a ser irônico, ele foi escrito na década de 30, mas você pode notar traços totalmente atuais nele e não duvidar de aspectos que surgirão num futuro próximo. Ali foi ficcionada uma sociedade que nos é transmitida todos os dias, homens que se julgam civilizados ao comparados à índios, crianças que desde pequena são ensinadas a ver só um lado da moeda, aquele lado que lhes será útil. Desenvolver conhecimento e não pensamento(falando das duas palavras no sentido filosófico), produzir ciência e tecnologia e não arte emocional, e por ai vai...

Aproveitando, meu aniversário está chegando, caso algum amiguinho esteja em dúvida de que presente me dar... este livro está faltando na minha estante!

Mas é isso, não deixem de ler esse livro que é um clássico, basta ver quem é o autor.

Thursday, December 15, 2005

Precisamos de ajuda!

Primeiramente, este é mais um post feito as loucas, sabem? Pensei na coisa agora e vou escrever sobre ela diretamente no computador, ou seja, a coisa vai ser tosca, mas isso não anula que a idéia seja interessante, além do mais, eu gosto de escrever informalmente, coisa e tal.

Bloggers, precisamos todos de ajuda!!!

Perguntas: Porque vc resolveu criar um blog? Tem fotolog tbm? Que diferença vc sente neles? De qual vc gosta mais e pq?
Pra mim responda só as duas primeiras perguntas, as outras responda mentalmente a si próprio.

Eu estava pensando no objetivo de ter criado o meu blog, o por quê de tê-lo feito. Eu tenho um fotolog, eu escrevia pira neles, escrevia poemas, ensaios toscos, idéias... e ai? Resultado nenhum, mera satisfação pessoal de ter colocado o que lateja na mente e no estômago pra fora, porque ninguém que frequenta ali lia direito ou dizia alguma coisa, é tipo você ir em uma exposição de arte ver um quadro e fazer o seguinte comentário sobre ele: "uhum, uhum", é vazio e não faz diferença alguma.
Ai pensei, blog é coisa séria, ninguém quase entra é verdade, mas quem entra lê e de verdade. Perfeito, tava ai o ponto, tava ai a vantagem, o resto é detalhe. Cá estou eu com o blog, ai está vc lendo e refletindo sobre o que lê, quando terminar vai me escrever um comentário com parte daquilo que se passou na sua cabeça ao ler e depois eu lerei seu comentário e pensarei mais coisas sobre seu comentário encima daquilo que eu pensei. Conclusão? Não sei a sua, mas a minha é de que criei esse blog pra pedir ajuda e pensando nos blogs que frequento, penso que estajam na ativa pelo mesmo motivo.
Eu falo, vc me fala sobre o que eu falei.
Compartilhar idéias é incrível, não há pq temer, eu escrevo o que penso, vc vem, lê e pega os pontos positivos e negativos que observou na minha escrita e talvez eu concorde que vc está certo ou não, e de qualquer forma vc me ajuda, me ajuda com a minha idéia, seja ela sobre emoção ou razão, não importa.
Entendenram? O blog é um socorro, nós escrevemos nele e esperamos que alguém leia, claro, e comente algo que nos proporcione outro âmbito. Se alguém ai no seu plano real não escuta vc falar, venha para o plano REAL do blogger, escreva ai tuas palavras e alguém ira ler, mais cedo ou mais tarde sem ter aquela rapidez do falar, que se vc falou e ninguém ouviu já era, aqui há mais tempo pra pensar, mais planos pra criar, mais soluções para moldar.
Sua idéia se concretiza e fica aqui
na hora de falar pela som a coisa é muito rápido, as vezes não dá tempo nem de concretizar e a idéia continua ainda muito abstrata.

Tá aqui meu tijolinho de pensamento
falei sem pensar em quem vai ler
é assim com quem escreve
pode ser achado por qualquer um e a gente não sabe como é que ele vai interpretar, assim como acontece com um escritor e todos seus leitores, ele fala o que pensa, alguém lê e gosta, o escritor se sente satisfeito por alguém ter gostado e blá blá blá, continua o ciclo dar/receber, mudar/acrescentar.

É uma iniciativa que procura provocar um desdrobamento linear, eu deixo meu tijolo aqui, alguém vêm a passa um cimento em cima dele, depois vem outro e vê que é colocar um outro tijolo em cima da camada de cimento e assim vai.
Uma ação que começa no ato individual e continua assim de certa forma, mas engloba a filantropia como antítese, é um "help me please", mas a forma que um recebe e o outro dá é interpretada de forma diferente por cada indivíduo, sendo assim individualmente criada em conjunto!

Friday, December 09, 2005

Quero falar!

Antes de começar pra valer é bom avisar que são meia-noite e meia, que eu sou uma pessoa extremamente ativa na noite e que eu acabou escrevendo coisas muito... muito.

QUERO FALAR!!!!!!
Gosto muito de falar, se você é meu amigo sabe muito bem disso, sabe que eu mando e-mails loucos e gigantes de vez em quando, sabe que eu escrevo cartas absurdas citando a saudade depois de passar 24 horas grudada com a pessoa. E eu adoro, mesmo que as vezes seja chato, é uma necessidade minha, mas ok... não vamos falar apenas de mim.
Quero falar da capacidade de falar das outras pessoas.
Porque elas não falam? Porque vocês não falam!!!!???
Alguns falam, mas é a minoria, a maioria engole e saliva.
Eu estava pensando, talvez esteja errada, mas não é melhor falar? A gente fica com tanto medo e insegurança, deixa de dizer coisas importantes o tempo todo, sente medo da reação daquele que recebe, sente medo de que reação ele vai lhe dar.
Nessas horas, nessas horas apertadas, é bom fechar os olhos, segurar o coração, pegar oxigênio, abrir a boca e soltá-lo junto com a vida, junto com as palavras, mesmo que a recepção não seja a esperada, mesmo que o ganho não seja o desejado, é preciso se arriscar. É preciso dar e se importar mais com ele do que com o receber, porque as vezes o dar já é em si também o receber. E não vou explicar essa frase, pense nela leitor, pense e veja o que sai de dentro da sua cachola, o que entende por essa frase? Pense e me diga ali nos comentários pq eu quero saber o que é que você pensa disso.
Que o que acaba com tanta relação ou as impedem de começar seja a mudez, aquele uso demasiado do "não entendi mas deixa pra lá", deixa nada, se expliquem, por mais cansativo que seja. O mistério é deliciosamente instigante mas o incompreendido deixa um gosto ruim. Não é?
É que eu observo, enquanto converso com as pessoas, quantas coisas elas deixam em suspensão, subentendido, isso é um perigo, de assunto subentendido a gente pode subentender qualquer coisa, isso é um perigo. Comigo mesma acontece isso e muita coisa escapa nessas horas, não ser tudo que tem pra ser.
Seja tudo que tem pra ser
em todas as relações
trabalho, amor, amizade
porque se vc é só um algo mais ou menos com uma pessoa e mesmo assim ela gosta de vc então ela não é tudo aquilo de bom pra vc, talvez...
e se vc é tudo que tem pra ser consegue as pessoas que vão gostar daquilo tudo que vc é, acho que ai as possibilidades de "encrencas" acontecerem são bem menores.

É isso, falem, falem mesmo
porque quando vc fala mesmo vc leva o ouvinte a alcançar um nível de compreensão maior.

Claro que essa é uma forma generalizada de tratar um assunto, mas não posso pegar pessoa por pessoa, e claro que ninguém vai poder ser tudo o que é, mas ser tudo o que é naquele exato momento já uma grande coisa, peguei meus olhos e oque eles entendem. Leiam e me digam o que os olhos de vcs entendem, mas falem mesmo, pq a opinião de todos é importante. Falem!

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