Tuesday, May 30, 2006

Buraco

Perguntei-me, ao preencher as lacunas vazias do meu perfil: o que é que eu amo?
Não me refiro àquele amor existente entre uma pessoa e outra, mas àquele amor ainda mais bonito, o amor entre você e determinada coisa inanimada. Tem gente que a ama a música, verdadeiramente, a ponto de ser a própria música ao executá-la. Tem gente que ama a pintura a ponte ser a própria tinta ao pintar... e assim vai.
Eu não amo nada, tive muitas paixões, música, biologia, pintura... e agora?

Post curto, é verdade... só queria levantar essa questão: Amas algo?

De repente minha vida anda meio (espaço) por não ter esse tipo de dedicação. Pois é, acharei. Acharei?

Saturday, May 20, 2006

Antípodas Da Vida



"Antípodas Da Vida" ou "Em todo entendimento há uma contradição" - (título para os menos românticos, o que, de fato, não é o meu caso)


Lembram-se disso http://plasticorchid.blogspot.com/2006/03/formigas-sendo-solicitados-fazer-algo.html ? Pois é, basta notar o olhar da pequena Alice, um olhar penetrante e enigmático, como se ela fosse capaz de resgatar algo dentro de mim. É a intensidade, mas Alice escolhe para quem vai olhar. Eu sei que a Monalisa está me olhando em qualquer ângulo que eu esteja, a Monalisa se abriu para todos, mas Alice não. Quando Lewis a fotografou deve ter sentido algo intenso que não vemos em Alice no País das Maravilhas. Há um porém nisso, o intenso sentido do olhar da Alice que inspirou Lewis e não pode ser entendi na verdade pode ser entendido sim! "Tudo não passa de interpretações".Serei uma formiga consciente, chega de mostrar-me tal qual uma dríade no jardim municipal. Seje-mos orquídeas que só se mostram para quem sabe cuidar.

É uma interpretação tão infantil, mas não deixa de ser bela, muito bela, muito poética, muito... ilusória. Eu tenho que escolher com quem é que vou dividir o bisturi que dilacera as veias do meu corpo, para quem darei as luvas brancas necessárias ao se dissecar alguém. É preciso fazer escolhas. Eu entendi, mas vejam só, estou aqui falando de novo - e sem maiores explicações.

Colegas, amigos, namorados, família... e os estranhos da rua. Com qual deles falarei sobre a filosofia da vida? Sim, chega um ponto que especificamos tudo. Uns saberão um pouco de cada dobra do leque, outros saberão disso e mais, saberão também de "tudo" sobre alguma dobra do leque. Isso depende de uma série de coisas, jardineiro. Não tenho terra...

e basta, hoje quero ser decifrada e não decifrar-me.

Monday, May 08, 2006

Como manter um amor; ou Como manter um amor?; ou A droga do amor

Por mais que o homem tenha se distanciado de suas características instintivas e naturais, desenvolvendo as características chamadas anti-naturais, não há como nos distanciarmos dos fatores bioquímicos que também regem nosso comportamento.
O amor é um exemplo disso. Esse sentimento é causado não só por uma associação de gostos em comum, identificação pessoal e etc, mas também por uma série de ocorrências fisiológicas; e ai é que está, essas mudanças fisiológicas relacionadas à paixão terminam. Já viu aquela história do casal que não se amava mais? Não sentiam mais tesão, não pensavam mais tanto um no outro? Pois é, talvez o motivo estivesse naquele mar de sensações provocadas por hormônios e outras substâncias cessando! Assim como um organismo consegue criar resistência a uma doença, ele consegue criar resistência à paixão.
Estudos mostram que os seres humanos encontram-se programados biologicamente para se sentirem apaixonados durante 18 a 30 meses. As principais substâncias responsáveis por isso no nosso organismo são a dopamina, feniletilamina e ocitocina. A dopamina promove a sensação de prazer e de motivação, a sua ativação é a responsável por estarmos inquietos e desassossegados, perda de apetite, euforia, insônia e o pensamento obsessivo de quem ama, também o desejo sexual é incentivado por esta substância, a quantidade dela no cérebro está relacionada com a intensidade da paixão, quanto mais intensa é a paixão, mais alto será o nível desta no cérebro. A dopamina também está relacionada com a endorfina, a morfina natural responsável pelo prazer, seja ele sexual ou uma emoção amorosa. A feniletilamina é responsável pelo bem-estar e a ocitocina pelos elos de afeto. Como essas substâncias são produzidas em excesso quando estamos apaixonados chega um ponto que o corpo cria resistência aos efeitos delas. Com isso dá pra pensar em como manter um amor além dos neurotransmissores:
- Abstinência; para não se viciar, usar em excesso e depois se acostumar aos efeitos, o melhor pode ser ter momentos de abstinência, distância, falta! Ai quando for pra estar junto de novo o prazer pode ser maior, porque novamente o corpo vai produzir uma leva daqueles hormônios do prazer, que maravilha.
- Consciência (ou Compreensão); Se o fogo apaga e deixa só as cinzas, então vamos lembrar que um dia a brasa ardeu. Eu acho que esses casais que completam bodas de ouro só estão ai porque um dia, depois daquele fogo da paixão ter acabado, eles não esqueceram do carinho, ligação histórica/cultural (sim, porque todo relacionamento tem uma base histórica que não deve ser jogada fora), ternura… enfim, um amor baseado em consideração (o amor anti-natural!)
- Poligamia (ou Traição; ou Relacionamento aberto); Ter vários(as) ou mais de um(a) pareciro(a). Quando estiver chegando próximo dos “18 a 30 meses” nada melhor do que se apaixonar de novo! Se não for possível pela mesma pessoa então devemos partir para outra- mas não vamos esquecer do vínculo moral criado com o(a) parceiro(a) atual- então arranjamos um amante e compartilhamos a droga da paixão gerada em conseqüência dessa paixão com aquele outro parceiro que já está nos deixando desgastado. Talvez por isso seja comum o número de casamentos com “escapadinhas”, mas que durem tantos anos sem que a existência de um(a) amante interfira no amor existente entre o casal oficial.
- e por ai vai…

Vale mais uma curiosidade: Segundo os estudos da Dr. Cindy Hazan os homens são mais suscetíveis a estas substâncias, apaixonando-se mais facilmente e rapidamente que as mulheres.

De repente, pensar nisso pode ser uma questão interessante... (entrelinhas)...