Friday, December 15, 2006

A Droga do Amor II

Não podemos colocar o nome do amor no lado das coisas boas. Já sentiu o amor saindo dos seus poros excessivamente, tão grande ele era? Tão diverso, pois de repente as pessoas são mais belas que o normal e é tão grande isso que eu só consigo observar estática, observar.
O quanto um prazer como este lhe tira prazeres da mesma ordem.
O quanto um sentimento como este lhe faz crescer ao mesmo tempo que lhe reduz.

Estar em tantos lugares ao mesmo tempo, e o único onde encontro desconforto é no lugar “Eu”, Eu como você dói! Quando quero me sentir segura grito comigo mesma. Não é a violência que tem adestrado a humanidade ao longo de tantos séculos? E ai a mão me apedreja e depois me afaga.

Retiro o que eu disse, o amor não é burro, ele é inocente, tal qual uma criança que ainda não aprendeu direito as lições da vida. Para o amor nenhuma lição é válida, pois ele é sempre subversivo, uma transgressão a alguma coisa, um sentimento de intensa descoberta inocente quanto ao preço da beleza.

Eu criei uma nova droga, ela se chama amor. De brinde vêm um monte de hormônios bons, hormônios harmoniosos que começaram a serem malvados porque eu criei uma nova droga para tirar a harmonia deles, essa droga se chama amor. Estava tudo tão bom quando meu amor era só o amor próprio, mas na vida, todo bom negócio tende a se expandir.

Eu falo daquele amor que surge tal qual uma árvore em meio ao deserto, meio assim, sem explicação lógica, não naquele amor planejado que colam na sua testa quando você nasce e que é bem automático.

O amor é uma droga que faz a gente se sentir vivo. Será que ela deve ser de uso restringido assim como aprendemos desde bem jovens?

Não, amados, não deixem a contenção lhes causar ferida. Doem o amor que há em abundância, pois se ele for guardado em silêncio pode fazer uma bola na garganta, dar insônia, estresse, dores de cabeça... Enfim, você pode estar ai pensando que está com “encosto” mas na verdade está é com “amorto”.

Tuesday, December 12, 2006

To leave

Deixe
que quando lembra de conservar tudo o que não quer perder é porque já perdeu.

Deixe
que se tiver que voltar, volta porque não foi.

Deixe
que uma hora é bom deixar suas expectativas em relação ao outro serem uma frustação, conscientemente, só para ter uma desculpa para deixar.

Wednesday, December 06, 2006

To keep

Conservar. Por quê? Conservar. Por quê?
Sinto isso de forma tão chata e, em outras vezes, de forma tão intensamente feliz: “Oh, ainda bem que conservo o prazer”.
Não.
Não:
“Oh, ainda bem que eu invento o prazer de forma tão caprichada”.
Sabe o que isso pode ser? Carinho e também o capricho. Conservar o que se adianta em correr para fazer esperar. Você pode fazer isso pelo outro, pelo conforto em continuar confortando as pessoas oooou por não querer se explicar “Por que as coisas mudaram?”, isso pode se tornar um trauma.

Amelie.

Estive relendo pela 3ª vez aquele livro legal que faz, logo no começo, uma comparação entre a compaixão e a compaixão. A primeira representa o que sentimos em relação ao sofrimento do outro, como se aquele sofrimento também fosse nosso e a segunda se refere a sentir os sentimentos do outro, qualquer que ele seja: amor, ódio, tristeza... A compaixão, qualquer uma das duas, pude se tornar em um impulso por conservar, sabe?

O que é que está acontecendo agora? Agora mesmo. O que? Talvez... se apegar ao desconforto novo de cada dia se torne um conforto bem mais interessante.

Ok crianças, nenhum de nós se dá tão bem com o medo do novo. E nos somamos em razão e sentimentos. Eu acho que o sentimento precede a razão. Afinal, você já deve ter percebido que todos aqueles sentimentos que você inventou se dissolveram em crise quando confrontados com os sentimentos dos sentidos, né?!

Conservar. Por quê?


Coisas vão
Coisas voltam
E parece que o conservar está sob o seu controle.
Mas não está.

Um eterno fluxo de opostos:
Perde/ganha
Morre/nasce
Tristeza/alegria
...


Diga sim para a parte mais tímida e temerosa.