Por mais que o homem tenha se distanciado de suas características instintivas e naturais, desenvolvendo as características chamadas anti-naturais, não há como nos distanciarmos dos fatores bioquímicos que também regem nosso comportamento.
O amor é um exemplo disso. Esse sentimento é causado não só por uma associação de gostos em comum, identificação pessoal e etc, mas também por uma série de ocorrências fisiológicas; e ai é que está, essas mudanças fisiológicas relacionadas à paixão terminam. Já viu aquela história do casal que não se amava mais? Não sentiam mais tesão, não pensavam mais tanto um no outro? Pois é, talvez o motivo estivesse naquele mar de sensações provocadas por hormônios e outras substâncias cessando! Assim como um organismo consegue criar resistência a uma doença, ele consegue criar resistência à paixão.
Estudos mostram que os seres humanos encontram-se programados biologicamente para se sentirem apaixonados durante 18 a 30 meses. As principais substâncias responsáveis por isso no nosso organismo são a dopamina, feniletilamina e ocitocina. A dopamina promove a sensação de prazer e de motivação, a sua ativação é a responsável por estarmos inquietos e desassossegados, perda de apetite, euforia, insônia e o pensamento obsessivo de quem ama, também o desejo sexual é incentivado por esta substância, a quantidade dela no cérebro está relacionada com a intensidade da paixão, quanto mais intensa é a paixão, mais alto será o nível desta no cérebro. A dopamina também está relacionada com a endorfina, a morfina natural responsável pelo prazer, seja ele sexual ou uma emoção amorosa. A feniletilamina é responsável pelo bem-estar e a ocitocina pelos elos de afeto. Como essas substâncias são produzidas em excesso quando estamos apaixonados chega um ponto que o corpo cria resistência aos efeitos delas. Com isso dá pra pensar em como manter um amor além dos neurotransmissores:
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Abstinência; para não se viciar, usar em excesso e depois se acostumar aos efeitos, o melhor pode ser ter momentos de abstinência, distância, falta! Ai quando for pra estar junto de novo o prazer pode ser maior, porque novamente o corpo vai produzir uma leva daqueles hormônios do prazer, que maravilha.
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Consciência (ou
Compreensão); Se o fogo apaga e deixa só as cinzas, então vamos lembrar que um dia a brasa ardeu. Eu acho que esses casais que completam bodas de ouro só estão ai porque um dia, depois daquele fogo da paixão ter acabado, eles não esqueceram do carinho, ligação histórica/cultural (sim, porque todo relacionamento tem uma base histórica que não deve ser jogada fora), ternura… enfim, um amor baseado em consideração (o amor anti-natural!)
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Poligamia (ou Traição; ou Relacionamento aberto); Ter vários(as) ou mais de um(a) pareciro(a). Quando estiver chegando próximo dos “18 a 30 meses” nada melhor do que se apaixonar de novo! Se não for possível pela mesma pessoa então devemos partir para outra- mas não vamos esquecer do vínculo moral criado com o(a) parceiro(a) atual- então arranjamos um amante e compartilhamos a droga da paixão gerada em conseqüência dessa paixão com aquele outro parceiro que já está nos deixando desgastado. Talvez por isso seja comum o número de casamentos com “escapadinhas”, mas que durem tantos anos sem que a existência de um(a) amante interfira no amor existente entre o casal oficial.
- e por ai vai…
Vale mais uma
curiosidade: Segundo os estudos da Dr. Cindy Hazan os
homens são mais suscetíveis a estas substâncias, apaixonando-se mais facilmente e rapidamente que as mulheres.
De repente, pensar nisso pode ser uma questão interessante... (entrelinhas)...