Thursday, September 28, 2006

Leitura de uma flor: criando histórias para desconhecidos.



Quando mais esperei pela notícia que queria ouvir, ela não veio. Muito tempo depois, que cronologicamente seria resumido em alguns dias, mas psicologicamente significava um grande salto dentro do eterno, a notícia veio. Fingi alegria, de repente por estar mesmo alegre, uma alegria escondida bem lá no fundo, na zona abissal do existir. Alegria confusa, onde cabe a contradição, raiva, conflito, tristeza. Onde cabe necessidade, sentimento, razão, felicidade, falsidade. Tentei compreender que aquele tipo de alegria podia ser genuinamente humano: cheio de sujeira, cheio de limpeza. Tentei compreender que era assim que cresceria. Mas não adianta, eu não entendi. Briguei comigo mesma diante do espelho e a figura refletida disse-me: “amoral” enquanto eu pensava apenas: “fidelidade”.
Esse momento de expansão tão pouco falado, mas tão desejado, esse sentimento de superar-se a si mesmo, o que isso significa? Todas minhas raízes estão fixadas num solo onde me plantaram, sair seria demasiadamente perigoso, eu poderia não me adaptar as novas condições biológicas. Imponho-me fidelidade à minha terra: “Não!” – diz o meu outro lado.

Movimento
Ser de tudo e de nada
Não ter raízes
Estar hábil para se fixar em qualquer lugar e circunstância
Ser flexível
Produtivo

Ser fiel a um único lugar, que é o espaço mais seguro que pode existir: o corpo.

Libertar a existência. Mas ai vem o paradoxo: a liberdade para com certas coisas exige a prisão a certas outras coisas.









* Este é um texto fictício, se é que isso existe.

10 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Voce é fictícia.
Agora não mais. Agora voce é uma arvore de amoras sem raizes.

9/28/2006 9:32 PM  
Anonymous Anonymous said...

http://www.youtube.com/watch?v=Nu9fOcIzYNQ&mode=related&search=
vc é muito mais madura que eu.
se eu te contasse as obviedades que tenho descoberto em terapia...
o texto anterior eu n entendi nada, o cara do poema(segundo comentario)entendeu
amoral/fidelidade...
me sinto distante de vc
http://www.youtube.com/watch?v=TS8Wbl0nvgs
fiz um desenho hj na barca e pensei no seu comentario
amiga virtual
aquela foto é ótima
( a ultima do seu orkut)
eu penso no teatro

9/29/2006 12:43 AM  
Blogger Vacuum said...

é como eu já vi em algum lugar.

para conseguir algumas coisas, você tem que sacrificar outras de valor equivalente.

a gente fica esperando tanta coisa, aí acaba esperando por tanto tempo, que no final elas já não fazem mais diferença.
perde a graça.

9/29/2006 2:26 PM  
Blogger intothehead said...

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10/03/2006 9:46 AM  
Blogger intothehead said...

Referências Acerte o Voto:
Visitantes de outros sites:
plasticorchid.blogspot - 4,98%

mantendo a média todos os dias...
tem dia que o seu blog tá melhor que o google... ehehhh


bem, sobre o seu texto ficticio, posso tentar compreender ele melhor se pensar em exemplos que poderiam acontecer (comigo) ou fazer me importar... sim, meio dificil han...?


é... permanecer não seria bom, ou sempre nos esquecemos que tudo está mudando? se tivermos receio de nos adaptarmos as condiçoes biologicas logo as nossas raizes secarao e aí não teremos que nos adaptar, e sim, nos acostumar com tais condicoes...

10/03/2006 9:48 AM  
Blogger Ex nihilo nihil fit said...

"A liberdade para com certas coisas exige a prisão a certas outras coisas."

Eu entendo a liberdade, mas somente quando me prendo em alguns limites para entendê-la. Eu grito "liberdade", mas com ecos que ressoam dentro de minha própria prisão. Se a liberdade existe, não sei se ela é um "fato" ou um "sentimento". Só sei que ela é a face de uma outra realidade: a de que nunca seremos leves o bastante para podermos voar. Ou nossas asas se derreterão com o calor do sol, ou nosso peso será tão grande que não conseguiremos levantar vôo.
O que quero dizer? Bem, não sei ao certo. Só sei que toda tentativa de ser livre é só uma ilusão que nos faz esquecer as amarras que nos prendem. Ora ou outra o véu cai e vemos as duas faces em uma só. Estes momentos me provocam desespero. Mas tenho aprendido a conviver com esta realidade. Que sejamos livres em nossas prisões. Ao menos isto.

E vejo que tem uma alma sensível. Poderíamos nos "sensibilizar" mais?

10/03/2006 12:51 PM  
Blogger Ex nihilo nihil fit said...

Não há pressa, mas sim desejo.

^^

10/04/2006 10:39 AM  
Anonymous Anonymous said...

Aqui estou denovo. Depois de um tempo sem postar, estou sem nada criativo o suficiente para te passar para fugir da rotina.
Medo de mudar? todos temos, mudança cujo terá que abrir mão de privilegios como se nao bastasse tudo é muito perigoso como tu disse, será que vale a pena arriscar tudo para simplesmente mudar a nossa "planta (vida, corpo)" de lugar? para um lugar que aonde sempre bata sol, um lugar perfeito, mas aonde é de facil acesso para pedradores? será que tudo vale a pena em troca de um sonho? ou um vida? não sei, o que sei é que por mais comodo e seguro que seja tua vida, ela acaba da mesma forma, ou nao é?
Depois nos falamos, espero que continue fazendo seu otimo trabalho (trabalho??) postando sempre e alimentando almas confunsas

10/05/2006 12:10 AM  
Anonymous Anonymous said...

querida eliza, já foi no oftamologista? está usando óculos?
pois queria te falar que venho deste post aqui:http://ubbibr.fotolog.com/mariopaint/?pid=21361548
e foi na época q conheci uma pessoa, relativo a uma conversa q tive com ela , e q até te mostrei, sobre uma piatda de um pontinho amarelo no alto de um edifício...então escrevi esse http://ubbibr.fotolog.com/mariopaint/?pid=21361548 texto, com esse desenho, escrevi do pontinho lilás, que era vc, e ainda é, uma pessoa que sabe aproveitar a vida, um outro pontinho subindo a escada , e esse era eu, e ainda sou, menos q antes, mas sou estruturalmente, e o pontinho amarelo era essa pessoa,vc entende?!
abraços

10/06/2006 11:52 PM  
Blogger mario travassos said...

This comment has been removed by a blog administrator.

10/07/2006 12:15 AM  

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