É mesmo?
Quando eu era mais nova pensava em psicólogos como charlatões que ganhavam dinheiro em cima do sofrimento alheio e pensava nos pacientes que iam ao psicólogo como otários que não tinha força o suficiente para resolver seus problemas existencias sozinhos. Ou seja, desprezava ambos. Hoje mudei meu conceito quanto a isso, apesar de preferir que fosse exatamente do jeito que eu pensava: psicólogos = charlatões, pacientes = otários.
Estive pensando esses dias no quanto ter aula de filosofia mudou muito meu pensamento a respeito de várias coisas, como descobrir a literatura existencialista foi melhor do que desabafar com qualquer amigo. E é aqui que está o ponto, eu sou ainda tão jovem e já tendo acesso a esse tipo de conhecimento, é notável a influência positiva que a filosofia existencialista traz porque ela trata do conflito em existir! Quem é que nunca se encontrou em conflito com si mesmo? Pensem só se desde criança nos fosse ensinado nas escolas e até pelos nossos pais a importância de pensar em si próprio como principal ferramenta para resolver nossos próprios problemas, se existisse literatura existencial infantil. Eu não sei se você ai já leu um livro do tipo, mas eu recomendo, quando se sentir solitário e incompreendido não há nada melhor do que arranjar um amigo personagem de história existencial. Mas aqui entra o contraponto: porque eu preciso desse tipo de coisa? Por que precisamos de psicólogos que nos mostrem o caminho para entrarmos em harmonia com nós mesmos? Por que preciso ler um livro pra me sentir normal e bem? Como resolver esse problema? Talvez incentivar as crianças a já trabalharem essa individualidade do "O caminho do mistério aponta para dentro". Quantas pessoas pensam assim? Entendem que só elas podem se ajudar?
Eu estive pensando que deveria aproveitar melhor essa minha folga juvenil, sem contas pra pagar, sem vida conjugal, sem trabalho, só ir pra escola, somente, e me sobra a tarde inteira pra fazer o que eu quiser: ler, assistir tv, namorar, dormir, brincar... Mas eu acho que quero aprender, estudar dedicadamente a filosofia do existir, trabalhar minha própria concentração, o controle, a compreensão das relações a minha volta já que sei que um dia vai me faltar tempo pra isso, no dia em que tiver que trabalhar, família pra cuidar, conta pra pagar, ter que resolver todos os meus problemas da forma mais rápida o possível. Ai quando sentir uma ponta de desespero e impotência correr pro analista, me tratar e estar livre de novo rapidinho, mas provavelmente vai ser só por um tempo até que as crises voltem e eu mesma volte ao analista, num ciclo.
Eu espero que um dia os psicólogos se tornem desnecessários, que cada um tenha conhecimento de si próprio e sabedoria pra se encontrar em meio as crises existenciais e problemas de relacionamento porque já vai estar preparado para esse tipo de situação antes dela surgir. Lembram de Sócrates? Diz Platão que ele era um andarilho que vivia por ai conversando com as pessoas e fazendo com que elas percebessem o quanto sabiam ou o que estava errado no raciocínio delas só através de perguntas. Ou seja, ele mostrava pra essas pessoas o que já estava nelas mas que elas mesmas não percebiam!
De que adianta ter tanta tecnologia, a beleza dos avanços da ciência, os remédios milagrosos... para aproveitar todas essas maravilhas da vida moderna nada melhor do que estar em maravilha com si próprio. Homens não são máquinas, homens criam máquinas.
Enfim, pensem nisso.
Estive pensando esses dias no quanto ter aula de filosofia mudou muito meu pensamento a respeito de várias coisas, como descobrir a literatura existencialista foi melhor do que desabafar com qualquer amigo. E é aqui que está o ponto, eu sou ainda tão jovem e já tendo acesso a esse tipo de conhecimento, é notável a influência positiva que a filosofia existencialista traz porque ela trata do conflito em existir! Quem é que nunca se encontrou em conflito com si mesmo? Pensem só se desde criança nos fosse ensinado nas escolas e até pelos nossos pais a importância de pensar em si próprio como principal ferramenta para resolver nossos próprios problemas, se existisse literatura existencial infantil. Eu não sei se você ai já leu um livro do tipo, mas eu recomendo, quando se sentir solitário e incompreendido não há nada melhor do que arranjar um amigo personagem de história existencial. Mas aqui entra o contraponto: porque eu preciso desse tipo de coisa? Por que precisamos de psicólogos que nos mostrem o caminho para entrarmos em harmonia com nós mesmos? Por que preciso ler um livro pra me sentir normal e bem? Como resolver esse problema? Talvez incentivar as crianças a já trabalharem essa individualidade do "O caminho do mistério aponta para dentro". Quantas pessoas pensam assim? Entendem que só elas podem se ajudar?
Eu estive pensando que deveria aproveitar melhor essa minha folga juvenil, sem contas pra pagar, sem vida conjugal, sem trabalho, só ir pra escola, somente, e me sobra a tarde inteira pra fazer o que eu quiser: ler, assistir tv, namorar, dormir, brincar... Mas eu acho que quero aprender, estudar dedicadamente a filosofia do existir, trabalhar minha própria concentração, o controle, a compreensão das relações a minha volta já que sei que um dia vai me faltar tempo pra isso, no dia em que tiver que trabalhar, família pra cuidar, conta pra pagar, ter que resolver todos os meus problemas da forma mais rápida o possível. Ai quando sentir uma ponta de desespero e impotência correr pro analista, me tratar e estar livre de novo rapidinho, mas provavelmente vai ser só por um tempo até que as crises voltem e eu mesma volte ao analista, num ciclo.
Eu espero que um dia os psicólogos se tornem desnecessários, que cada um tenha conhecimento de si próprio e sabedoria pra se encontrar em meio as crises existenciais e problemas de relacionamento porque já vai estar preparado para esse tipo de situação antes dela surgir. Lembram de Sócrates? Diz Platão que ele era um andarilho que vivia por ai conversando com as pessoas e fazendo com que elas percebessem o quanto sabiam ou o que estava errado no raciocínio delas só através de perguntas. Ou seja, ele mostrava pra essas pessoas o que já estava nelas mas que elas mesmas não percebiam!
De que adianta ter tanta tecnologia, a beleza dos avanços da ciência, os remédios milagrosos... para aproveitar todas essas maravilhas da vida moderna nada melhor do que estar em maravilha com si próprio. Homens não são máquinas, homens criam máquinas.
Enfim, pensem nisso.
8 Comments:
"um dia vai me faltar tempo pra isso, no dia em que tiver que trabalhar, família pra cuidar, conta pra pagar, ter que resolver todos os meus problemas da forma mais rápida o possível. Ai quando sentir uma ponta de desespero e impotência correr pro analista, me tratar e estar livre de novo rapidinho, mas provavelmente vai ser só por um tempo até que as crises voltem e eu mesma volte ao analista, num ciclo."
Ironia, né?!
Tambem acredito em auto conhecimento, afinal, é através dele que podemos (tentar) administrar da maneira que quisermos as interpretações do mundo exterior, e consequentimente "conhecer e entender"* o mundo exterior. Dois em um?
*As aspas indicam a subjetividade deste conhecimento e entendimento. Voce entende?
eliza, ninguém consegue se virar sozinho.
eu entendo o q vc tá flando, pq em parte tbm penso assim...
mas aqui vai uma coisinha tão simples e básica para vc filosofar: três pontos não colineares determinam um único plano que passa por eles; uma reta e um ponto fora dela determinam um único ponto que passa por eles; duas retas concorrentes determinam um único plano que passa por elas; duas retas paralelas e distintas determinam um único plano que passa por elas.
é impossível determinar um plano com um único ponto ou uma única reta. é preciso, no mínimo, dois elementos para determinar um plano.
pensar não é bom
ah não. tomara que não , se não como que eu vou me sustentar? x:
mas falando sério, tudo que a gente mais tenta quando a gente tá desocupado e pensando é tentar entender as coisas que tão acontecendo. Quanto mais que eu tente enxergar o que é isso dentro de mim menos eu enxergo, e mais dúvidas aparecem. Aí chega a hora que eu canso de pensar e paro e vou viver sem nenhum surto. mas aí sempre volta e volta e volta.
Sinceramente? Nesse exato momento eu tou tão cansada de pensar sobre tudo.
Eu só quero aprender meu japonês e pronto. :T
Toda a juventude de uma adolescente em pleno fervor. Não sou mais adolescente, queria ter aproveitado o quanto você aproveitou. Sou apenas um humano que perdeu tanto tempo olhando as estrelas e sonhando com algo que nunca existiu.
Disse que não voltaria, mas cá estou eu.
Talvez eu tenha gasto grande dinheiro em psicologos sem motivo algum, mas acho que pelomenos podemos compreender que certas vezes a soluçao de nossos problemas está aqui, dentro de nós, talvez a criaçao de psicologos na sociedade atual, nao seja mesmo para resolver problemas, e sim, nos ensinar a ver que a soluçao nós mesmos poderiamos alcançar.
Estão usando de minha identidade (anônimo)... Perceba o português ruim dele.
Certa você.
Certa em dizer que é importante aproveitar o tempo que se tem pra aglomerar conhecimento, principalmente se for um conhecimento útil. Creio que já se foram os meus tempos de vadiagem total, e não colhi nada neles. Não conheci, não aproveitei. E muito me agrada saber disso, pois a maravilha da descoberta me encanta a cada dia e eu olho para trás e perecebo que muita coisa a que eu descobri, eu não percebi. Perceber o conhecimento é fundamental, e creio que mais do que nunca eu estou apto pra isso.
Mas também, errada você.
Errada pois, ao menos pra mim, existencialismo é um tanto quanto egoísta. Eu concordo que deveríamos nos organizar internamente antes de almejar o outro, mas , embora soe como excesso de autruísmo, ainda acho que se todos pusessem o outro como prioridade, necessariamente nos autocompletaríamos. A minha infância toda eu ouvia a uma frase que eu carrego até agora (quem descobrir de onde ela vem, fique quieto!): "Ajudar não dói". Ajudar pode sim doer, mas uma hora ou outra alguém influenciado pela sua ação de ajudar pode vir a te ajudar. Eu nunca vou encontrar o que eu procuro dentro de mim mesmo. O que eu quero não está aqui. Mas quem sabe algum dia alguém não me mostre o que eu quero? Até lá, eu vou continuar a esquecer de mim mesmo e me preocupar mais com os outros. Quem sabe não é isso que eu quero.
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