Thursday, July 06, 2006

Queria Spinoza nunca ter existido



Estava tentando escrever aqui... várias idéias perdidas na minha cabeça, ou melhor, intransponíveis da mente ao mundo físico.

Pensava sobre "entender o outro como outro", como? Julgamos tanto as pessoas e tudo que chega até nós. Por exemplo, tem aquele garoto na minha sala que olha pra todo mundo com cara de psicopata, que sempre se intromete na conversa na hora errada e que está mais preocupado com a nota escolar dos outros do que com as dele próprio. E esse cidadão ai todo mundo critica, reclama e esculhamba, até eu. Que despresível não?Mas por que ele é assim? Por quê? Eu não sei, mas desde que eu o conheço, ele é assim, é o jeito dele. Se eu quisesse entender porque ele tem essa personalidade tão incomoda eu teria que remontar a vida inteira dele, instante por instante, porque cada pequena coisa muda tudo. As vezes eu penso que todos nós nascemos super inteligentes, com todo o conhecimento possível já dentro de nós, mas são apenas as experiências às quais nós somos submetidos que despertam tais profundos conhecimentos para a superfície, nós vivemos de e na superfície. Não há como julgá-lo, só cabe a nós julgar o que é da nossa natureza, ou seja, nós mesmos. A compreensão é limitada, porém necessária. Estou tentando compreender ao invés de julgar - o que digo a mim mesma quando começo a analizar qualquer coisa que seja. Aquele monte de gente das favelas que se vende a promíscuidade, quem trafica drogas, que rouba... e por quê? No contexto no qual eles vivem está a resposta. Quando a desculpa não são as malditas substâncias que estão no meu cérebro e são responsáveis pela minha personalidade(localizada no lóbulo frontal, go google and search about Phineas Gage) a desculpa é o "contexto social", ai tudo ganha humanismo e dizemos: perdoa, eles não sabem o que fazem ou se não: eles não tem culpa, foi a sociedade que o deixou assim, ele foi influênciado pelo meio. Tudo está na culpa do "reflexo", "tal coisa é assim por reflexo disso ou daquilo", na figura do espelho, quem é a figura do espelho? Nada, o espelho e a figura refletida nele já pertencem a outra natureza, olhe através do espelho, ahá! A figura original, ela é a culpada.

Entender o outro como o outro, chega um ponto que isso se torna uma bola de pêlo tão grande que... ah: "O desejo do homem livre é o desejo no qual, entre o ato de desejar e o objeto desejado, deixa de haver distância para haver união"

Quem é que vai completar agora?

( )


Estou seguindo uma lógica leitor. Um pensamento leva ao outro.

10 Comments:

Blogger Vacuum said...

de repente todo mundo que eu conheço não consegue mais colocar os pensamentos no papel.
eu tava com isso também. Mas hoje tudo fluiu bem bem. e dou glória porque já tava me sentindo mal.

cara, é interessante como que a gente busca outras respostas além daquelas estabelecidas. acho que a gente sente falta de coisas esclarecedoras, por que, como eu posso acreditar que essa é a VERDADE?

7/07/2006 9:46 PM  
Blogger cavernaman said...

hum..é..sei..entendo

7/09/2006 2:52 AM  
Blogger CassiO said...

Dizem que as pessoas são assim por causa dos outros. Dizem, não fui eu quem disse. Até quando o meio pode influenciar, pergunto eu agora, no comportamento do indivíduo? Será que tu consegue se mantar 100% livre das influências do seu meio? Eu não... Enfim, é aquela história da batata estragada. Mas por que o exemplo é sobre batata estragada? E se colocassemos uma batata boa no meio de um monte de estragadas? Por que o mesmo não acontece? Será que é mais fácil ser estragado? Mas quem falou que o estragado é estragado e o bom é bom? Será que o Brasil vai ser hexa daqui a quatro anos? Será que eu vou parar de fazer indagações?

A minha única certeza, é que o ovo nasceu antes da galinha.

7/09/2006 4:06 AM  
Blogger emilio_ said...

eu acho q eu não entendi...as pessoas não sofrem influência do meio???
eu não encaro a conseqüencia de algo maior como um reflexo...
bem...e uma perguta...o q aconteceu c a sessão de cinema sua e do andré???
bjão!

7/10/2006 2:28 PM  
Blogger intothehead said...

Bem...
Ricardo Spinoza o craque do microfone...

ah... tenho que ler depois... estou meio sem tempo...

Smiths no post passado? hehehh
é uma música muito ímpar deles...

Estava olhando os reports do acerteovoto e vi que alguns usuários vinham do seu blog, vim agradecer a força em nome de todos que mantém o projeto vivo.

Afinal, somos nós que futuramente iremos coçar o saco nas cadeiras requintadas do senado e da câmara, né não?

Não se já iniciarmos todo o trabalho de consciência política.

Cada um fazendo o possível, chegaremos lá... não sei onde... mas deve ser bem alto...

7/10/2006 3:05 PM  
Blogger intothehead said...

Em todo caso, corcordamos que conhecemos as pessoas pelas frações de tempo em que nos relacionamos com elas.

Transpondo essa afirmação para uma visão mais simples, fora de um amontoado de palavras:

1 (inteiro) como o que seria toda a vida da pessoa até o instante atual.

Logo, esse inteiro está sempre sendo acrescido, o tempo.

As frações desse inteiro, que são as frações que julgamos conhecer mais as frações que não conhecemos dão esse inteiro:

1/x (o que conhecemos) + y/x (o que não conhecemos) = 1 + ft(fator tempo)

Então, a cada segundo, milionésimo, a cada estímulo nas células cerebrais, essa relação se modifica, mas sempre tendo ordem entre os elementos.

Enfim, cabe a nós, admitirmos, que não temos a capacidade de entender nada que seja semelhante ou superior a nós.

Entender as pessoas, bem, muitos já tentaram, muitos já criaram calos de tanto escrever, mas ninguém de fato conseguiu.

Falta muito, falta pararmos de tentar compreender atrocidades, escolhas, palpites, ímpetos das pessoas.

Afinal nunca nem iremos nos conhecer de verdade.

Fica aqui meu comentário, apolítico, mas de caráter social.

7/10/2006 5:39 PM  
Blogger Caroool said...

o texto foi muito bem construido.parabens;^^

7/16/2006 9:29 PM  
Blogger Caroool said...

o texto foi muito bem construido.parabens;^^

7/16/2006 9:29 PM  
Anonymous Anonymous said...

posso fazer uma pergunta? como o seu título, vc quer dizer que o barato do espinoza era esse? ele queria nunca ter existido? e tudo o que ele escreveu tem a ver com isso? ou é um desejo SEU que ele nunca tivesse existido?
beijos

7/24/2006 5:12 PM  
Anonymous Anonymous said...

*com...e não "como"

7/24/2006 5:16 PM  

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